O
furriel-miliciano Mário Abreu, que me enviou as fotos que podem ver
mais abaixo, além de ter a especialidade de atirador, fez, no
quartel de Lamego, o Curso de Operações Especiais. Os camaradas que
completavam este curso – cuja dureza levava muitos dos convocados
para as provas de selecção a fazer “ronha” (falo por
experiência própria) – eram habitualmente chamados “rangers”,
porque a instrução naquele quartel era baseada na dos militares
americanos pertencentes a uma unidade especializada, que tinha aquela
denominação.
O
Abreu comandava uma secção do 3º pelotão (em zona de conflito,
como era o caso de Lucunga, os pelotões adoptavam a designação de
“grupos de combate”).
(Clique nas fotos para aumentar)
Nesta
fotografia, embora a maior parte dos rostos me seja familiar,
apenas consigo identificar dois: o Abreu, que tem o braço apoiado no
ombro do Eusébio, que é o único com uma camisa de caqui.
O
Eusébio era um transmontano que chegou ao RAL 1, onde se formou o
Batalhão de Artilharia 741, com fama de ser um valentão com mau
feitio, fama que acabou por criar alguns mitos.
Ainda
no último convívio, em Fátima, um dos camaradas dizia numa roda
onde eu estava : “lembram-se do Eusébio, do 3º pelotão, ter
andado à pancada com o capitão Rubi Marques?”
Avivei-lhe
a memória, lembrando que ninguém andara à pancada com o capitão
Rubi Marques, recordando, como faço agora, o episódio
a que se referia.
Logo
nos primeiros dias de instrução operacional, durante uma acção
num terreno lavrado, próximo do quartel, foi
dada ordem para rastejar num determinado percurso.
O
Eusébio, que era de facto um bocado fanfarrão e conflituoso,
recalcitrou, afirmando que naquele terreno quem não rastejava era
ele. Devia vir mal habituado da recruta, feita em Aveiro.
O
capitão Rubi Marques, que o tinha ouvido, aproximou-se e, depois de
lhe massajar o rosto de forma muito persuasiva, fê-lo compreender,
ao que parece definitivamente, que na CArt 738 não havia lugar para
tropa fandanga, pelo que, dada uma ordem, não havia margem para
discussão.
E
o incidente ficou por ali, com o Eusébio a rastejar como os outros.
Na
falta de uma ponte, que viria a ser construida no início da década
de 1970, atravessávamos o rio Coji nesta jangada.
Além
do condutor do Unimog, que me parece ser o Francisco Tavares, mais
conhecido por Marova, só me lembro do nome do Abreu, que se encontra
de pé, com um rádio portátil na mão.
Um
outro aspecto da travessia do rio, aqui com um ângulo mais aberto. À
esquerda, dois camaradas dão à manivela que vai enrolando o cabo que, fixo nas margens, movimenta a jangada.
Na
Ilha de Luanda, em Fevereiro de 1966, durante o fim-de-semana em que
lá ficámos, em trânsito do Norte de Angola para o Quanza-Sul.
Também aqui não me lembro do nome do furriel-miliciano da CArt 740,
que está à esquerda. Eu estou ao centro, e à direita está o Mário
Abreu.
No
ribeiro onde enchiamos os tambores para abastecimento de água ao
quartel, em Lucunga, aproveitávamos para nos refrescarmos.
A
partir da esquerda: o Miranda Dias, o Morais Soares, o Mário Abreu e
o António Sousa.
Passeando
na picada junto ao quartel em Lucunga, o Vaz, o Mourão (de cachimbo,
que estava na moda, em Lucunga. Eu ainda tenho o meu, embora não fume
há mais de 30 anos), o Sousa, o Miranda e o Abreu.
As
camisolas da farda que o Mourão e o Miranda tinham vestidas são
sinal de que devíamos estar na época do cacimbo.
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