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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Já lá vão 48 anos







Pouco antes da largada

Completam-se hoje 48 anos sobre a data em que o Vera Cruz zarpou do Cais da Rocha Conde de Óbidos, com destino a Luanda, levando a bordo quase três mil militares, dos quais cerca de 800 constituíam o Batalhão de Artilharia 741, de que fazia parte a Companhia de Artilharia 738. A minha Companhia.

Desse dia já lembrei quase tudo no texto que há dois anos escrevi aqui, quando iniciei neste blogue o relato de alguns episódios que sobraram na minha memória, e que fazem parte da minha história pessoal, bem como da dos 163 homens que formavam a CArt 738.

Nessa manhã, depois do desfile, de embarcar, e de guardar as bagagens, muitos camaradas voltaram ao cais para as derradeiras despedidas. Também eu tinha a intenção de voltar a terra, mas depois de subir até à amurada e de contemplar o “mar” de lágrimas que inundava o cais, decidi poupar-me e já não voltei a desembarcar, limitando-me a acenar para os familiares e amigos.


O Vera Cruz inicia a viagem

Não me serviu de muito, porque quando soltaram as amarras do navio, e ele começou a afastar-se do cais, houve como que um fenómeno de emoção colectiva a que não escapei, e também as lágrimas, mansas, mas intensas, deslizaram pelas minhas faces.

E lá fomos, rio abaixo, mar fora, rumo a Luanda, onde aportaríamos 9 dias depois.