Assinalando o 45º aniversário do regresso de Angola, terá lugar em Fátima, na Casa São Nuno, em 10 de Março, próximo, o 26º convívio do Batalhão de Artilharia 741.
O Silva Pereira, a cujo espírito solidário e perseverante devemos a regularidade com que nos temos reencontrado ao longo dos últimos 20 anos, já deve ter enviado a “convocatória” a todos os possíveis interessados.
Não estive presente nos primeiros convívios, que tiveram início em 1987, em Santarém, organizados então pelo Vítor Verdasca – um camarada sempre alegre e bem disposto, que a morte levou prematuramente – e pelo Carlos Bragança, porque o convite que me enviaram não me foi entregue, por estar desactualizada a morada.
Acabei por tomar conhecimento da realização dos encontros, por um daqueles acasos felizes, que nos alegram a vida de vez em quando.
Num fim de tarde de Maio (ou Junho?) de 1988, depois de uma visita à Feira Internacional de Lisboa, dirigia-me para o meu carro, quando, de dentro de um táxi parado na fila a aguardar clientes, ouvi o motorista a gritar repetidamente “Ó vaidoso! Ó vaidoso!”
O João Espanhol é o último da 2ª fila, a contar da esq.
Ao mesmo tempo que a minha mulher me dizia “aquele taxista está a gritar para ti!”, reconheci o João Espanhol, um dos membros da excelente equipa de enfermagem que tivemos a sorte de ter na CArt 738, e que nunca mais tinha encontrado desde o nosso regresso.
Dirigi-me a ele, sorrindo, e perguntado qual a razão para o “vaidoso”, respondeu-me, com aquele sorriso gaiato e amalandrado que nunca perdeu, que eu era vaidoso porque não ia aos convívios do Batalhão.
Esclareci-o que desconhecia a realização desses almoços, desconhecimento que lamentava, e ficou combinado que ele me avisaria quando fosse marcado o do ano seguinte, o que fez.
Foi assim que a partir de 1989 estive presente na maioria dos encontros, cuja organização, poucos anos depois, passou a estar a cargo do Silva Pereira, que prestou serviço como alferes-miliciano na CArt 739. (As suas experiências durante os meses da comissão em Angola podem, com proveito, ser lidas aqui).
Da esq. para a dta.: Magalhães (que costuma vir acompanhado de um vinho verde especial, pois não bebe qualquer zurrapa), Alves (um clarim fora de série) e o furriel-miliciano enfermeiro Fernandes (estreante nestes convívios), nas Caldas da Rainha, em 2010
Entretanto, a “velha ceifeira” pregou-nos uma partida e, egoísta, levou, demasiado cedo, o João Espanhol do nosso convívio. Quem o conheceu, sabe que o seu entusiasmo e optimismo (e às vezes um descaramento bom e são) nos fazem muita falta.
Este ano lá estarei de novo (salvo qualquer circunstância imprevista) e, mais uma vez, o tempo será curto para pôr a conversa em dia. Mas uma coisa é certa: vai ser, como sempre, um sábado muito especial.
P.S. - Um aviso à navegação: este ano vamos ter a companhia do “patrão” das transmissões da CArt 738, Morais Soares, que se deslocará do Canadá, especialmente para reencontrar velhos camaradas.
Também o Mário Abreu, furriel-miliciano do 3º pelotão, prometeu estar presente, se conseguir resolver alguns problemas logísticos.
E quem sabe se não haverá outras surpresas...
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