O Dornier, DO 27 para os amigos, era um pequeno monomotor de seis lugares, que aterrava num “palmo” de terra batida, tendo sido utilizado na Guerra de África para transporte de passageiros e de correio, reconhecimentos aéreos, acompanhamento de operações (altura que normalmente o comandante de Batalhão aproveitava para, lá do alto e confortavelmente instalado, mandar “bocas”. Por exemplo, criticando o que ele considerava atrasos na progressão, sem ter em conta os obstáculos com que nos deparávamos no terreno), evacuação de feridos (eu próprio viria a ser evacuado em Fevereiro de 1967, num destes aparelhos. Contarei o episódio lá mais para diante). Em caso de necessidade, era usado em missões ofensivas de apoio a operações, sendo, então, montados lança-foguetes nas suas asas.
Durante o tempo em que estivémos em Lucunga tivemos algumas visitas destes aviões. A fotografia que ilustra este post foi feita numa dessas visitas, em que alguns de nós aproveitámos o pretexto para mais um “boneco”.
Não sei se terá sido dessa vez, mas recordo que numa das viagens as passageiras eram duas jovens enfermeiras pára-quedistas, com o posto de 2º (ou 2ª?) sargento.
Foi um alvoroço. Os oficiais pretendiam convidá-las para tomarem uma bebida na sua messe. Nós, sargentos, não estávamos pelos ajustes: em conformidade com as normas, as bebidas deviam ter lugar na messe de sargentos. Aliás, se em vez de enfermeiras fossem enfermeiros, os nossos solícitos oficiais estavam-se borrifando.
Acabou por se chegar a um consenso, e o breve convívio acabou por ter lugar, com a presença de oficiais e sargentos, na sala de refeições dos sargentos, que era mais espaçosa.
Hoje dá vontade de sorrir, mas sabem lá a importância que estas pequenas coisas tinham naquele tempo e lugar.
Uma grande aeronave prestou muitos serviços aos militares lá no mato.DORNIER DO 27 ficar-me -á na memória até eu morrer.
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